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O Céu e o Inferno  |  Capitulo III - O Céu   |  Item 7   |  01/04/2002
A CADA UM SEGUNDO SUAS OBRAS
“7 . – O progresso nos Espíritos é fruto do próprio trabalho; mas como são livres, trabalham no seu adiantamento com maior ou menor atividade, com mais ou menos negligência, segundo sua vontade, acelerando ou retardando o progresso e, por conseguinte, a própria felicidade“.

(O Céu e O Inferno, Cap. III - O CÉU. Grifos nossos)

Destacamos anteriormente três idéias (atividade, qualidade e felicidade) e levantamos a questão acerca da força da nossa motivação. Assim, recordando o que havíamos colocado usando o pensamento de Weber: as idéias nada mais são que trilhos nos quais o interesse corre.

É principalmente no campo da educação que essa questão (o interesse, a motivação) fica mais perceptível. Muitos estudiosos já dedicaram considerável tempo à questão do aprendizado. Rousseau, Pestalozzi, Comenius, Piaget, Vygotsky, Wallon, etc. As teorias são as mais diversas. Basta passar os olhos na seção de Pedagogia / Psicologia de qualquer grande livraria para termos uma idéia disso. É claro que todas são úteis dentro da perspectiva em que surgiram – Mas como é importante contextualizar! Uma questão permanece em tudo isso, entretanto. Muitas delas partem de um pressuposto muito óbvio: o sujeito quer aprender. E não conhecemos nenhuma que trate da questão da motivação de forma mais direta, apenas como questão “satélite”, importante, mas nunca como foco de estudo. Há recomendações para que se estimule, mas sempre dentro de uma linha pré-definida de conteúdos / necessidades que se supõe básicas. O Construtivismo chega a abordar a questão, mas também aqui a práxis (a prática) se revela, freqüentemente, distante da teoria.  Isso porque uma boa explicação (uma teoria) sobre algo que já aconteceu não é o mesmo que a prática necessária (o método) para permitir que aconteça novamente. Mas. por que isso parece tão difícil? Arrisquemos uma reflexão...

Inicialmente há, o leitor, de concordar conosco (e se não concordar basta escrever!): Não estamos muito à vontade para trabalhar (lidar com) a espontaneidade - que sempre surge ao tratarmos com o outro. Mas é aí que a coisa começa a ficar interessante. Procure o leitor se lembrar da sua reação frente à espontaneidade daqueles com quem convive. Como se sentiu? Estava “preparado”? Quantas surpresas, sustos, não? Na teoria costuma-se dizer que é muito importante, básica, etc. Mas, na prática... infelizmente isso ainda é tratado como algo que incomoda. Afinal, pensamentos como “dava tudo tão certo antes, por que não daria agora?” costumam nos ocorrer. Então chegamos até a arranjar alguns nomes para definir a situação constritora, como, por exemplo, falta de vontade, indisciplina, distúrbio de aprendizagem, síndrome-de-disfunção-de-algo–que-não-se-sabe-o-que-é (e, chega a ser cômico o quanto muitas vezes brigamos por causa de nomes!). Bem, dar nomes é importante, pois possibilita a comunicação das idéias. Mas também pode trazer a falsa impressão de está tudo no seu devido lugar. Tudo certo no horizonte...

Por que será tão difícil lidar com a espontaneidade? Não caracteriza ela a própria condição de ser livre o Espírito? Veja bem, leitor, que não estamos aqui advogando um ambiente sem ordem, que, aliás, está presente em tudo na Natureza. Mas há algo que hoje nos está escapando no processo de educação: como lidar com a espontaneidade? E, qual a relação dela com as questões básicas com as quais temos tratado aqui?

Pelas reflexões que fizemos na página anterior podemos chegar a dizer que progredir não é apenas uma necessidade, mas antes um direito! Um direito fundamental de todo Espírito. Pois é a base do próprio direito pela busca da própria felicidade. Além disso, se o corpo exige o trabalho para a sua sobrevivência, a atividade é da própria essência do Espírito. Satisfeitas as necessidades básicas, como segurança e sobrevivência, aparece como uma urgência pela qual ele (o Espírito) vai lutar com todas as armas de que dispõe para conseguir o seu fim: progredir. Se tirarmos do seu alcance os meios, veremos a luta se estabelecer prontamente. E parece até muito natural querer ajudá-lo nessa empreitada, não? Os pais não querem o melhor para os seus filhos? Bem, então começa o primeiro embaraço. Senão vejamos.

 Queremos o melhor para o nosso irmão, só que esquecemos, veja que coisa, de perguntar-lhe o que ele considera como melhor! Expliquemos. Não nos ocorre que pode não ser tão simples assim. Porque talvez seja preciso que nos aproximemos dele, que sintamos os seus anseios, aguardemos a sua manifestação, cultivemos o convívio, sem pressa, sem ansiedades. Assim, sem muita lógica, e pressionados por nossas próprias tensões, o que fazemos? Vamos decidindo por ele, esperando que ele até nos agradeça pela nossa boa-vontade... Seria cômico, se não fosse trágico. Trágico porque ele quer progredir, é uma necessidade e um direito. Então, se ele não sentir que estamos ajudando, sentirá que a nossa ação é um obstáculo, levando a uma reação. E, nisso tudo, via de regra, não acreditamos que Deus possua um plano divino para todos nós (já diziam os Espíritos Superiores a Kardec que é na consciência que está escrita a Lei de Deus!). Então, talvez a nossa contribuição seja mais eficaz se agirmos no sentido de facilitar o acesso desse irmão à própria consciência, para que possa se recordar desse plano que lhe diz respeito. Assim, não se trata de dar algo, de transferir conhecimentos, de fazer “repetir” conceitos aprendidos de boca alheia, sem real familiaridade com eles. Não fizemos isso no passado, ao abusarmos das palavras do Cristo para atingirmos fins pessoais e escusos? É muito difícil mudar hábitos consolidados...

Mas, então a questão muda um pouco de figura. Poderíamos, assim, perguntar: como se chega até o coração do outro? E por que seria isso importante para nós? O escritor italiano Umberto Eco, em seu livro “Cinco ESCRITOS morais” [1] trata essa questão de maneira muito interessante. Diz ele que “é o outro, é seu olhar, que nos define e nos forma. Nós (assim como não conseguimos viver sem comer ou sem dormir) não conseguimos compreender quem somos sem o olhar e a resposta do outro”.

Assim, mesmo quem mata, rouba, espanca, somente o faz em momentos excepcionais, mas, pelo resto da vida vai em busca de respeito, carinho,  amor, aprovação de seus semelhantes. Certamente morreríamos ou enlouqueceríamos se vivêssemos em uma comunidade na qual as pessoas se comportassem como se não existíssemos, ignorando-nos. Mas, por que então há massacres, guerras, crimes, explorações diversas, num flagrante desrespeito ao outro? Um contra-senso, não? Nem tanto. Pela questão (também cultural) de quem é “os outros” para nós. Restringimos esse conceito a uma comunidade específica em detrimento do resto, considerando, então, o resto como seres desumanos, bárbaros, que não merecem o nosso amor. Assim, que grave questão nos aparece aos olhos aqui. O que estamos fazendo para modificar essa idéia em nós? Qual o tamanho da nossa comunidade? E veja, leitor amigo, não importa o nome que se dê. Inclusive que se chame de Espíritos aos integrantes da nossa comunidade.  Então, tudo isso quer dizer apenas que estamos aprendendo a amar. Isso é um fato. Daí não ser tão fácil assim chegar ao coração do outro para sentir-lhe os anseios da alma.

A par disso, nosso passado está efetivamente marcado pelas nossas atitudes, constituindo-nos uma reserva de energia presente aqui e agora (memória espiritual) com a qual percebemos, agimos e transformamos o mundo a nossa volta. Ora, recordemos que tal energia (fluidos) é o veículo do pensamento e que ela tem dimensão afetiva. Então, tal dimensão afetiva pode agir no sentido de contaminar nossa visão, como ocorre nos mecanismos de transferência, descritos na psicologia, só para dar um exemplo. Quando estamos sob o poder de fortes emoções e pensamentos negativos, como o ódio e a raiva. Nesse momento nossa mente e coração estão conturbados, o que nos faz não só perder o senso de percepção e perspectiva, como também não enxergar o provável impacto de nossas ações sobre os outros. Pode ocorrer um tal aturdimento que sequer cogitamos do direito do outro à felicidade.

Assim podemos dizer que todo pensamento tem uma dimensão afetiva. A percepção de uma característica, como uma cor, por exemplo, tem uma dimensão afetiva. Do mesmo modo, toda sensação traz uma experiência cognitiva. Ou seja, podemos identificar diferentes tipos de emoções: instintivas, como a de repulsa ao ver sangue, e as que têm um componente racional mais desenvolvido, como o medo da pobreza. E o que teria tudo isso a ver com a questão da motivação? Vejamos mais exemplos.

Imaginemos uma situação em que nos envolvemos em um desentendimento com um membro de nossa família. A maneira como lidamos com a atmosfera pesada que se instala vai depender em grande parte daquilo que inspira nossas ações no momento – isso é para nós, então, motivação, ou também, estado de espírito. Quanto menos calmos ficarmos, maior a probabilidade de reagirmos negativamente com palavras ásperas, de dizermos ou fazermos coisas de que mais tarde nos arrependeremos amargamente, mesmo que os nossos sentimentos de afeto por aquela pessoa sejam profundos.

Por outro lado, imaginemos agora a situação em que esbarramos alguém involuntariamente ao passar por ela na rua, e ela grita dizendo que andemos com mais cuidado. Ora, há uma grande possibilidade de não ligarmos importância a isso se a nossa disposição geral for sadia, se nossos corações estiverem plenos de compaixão (um sentimento que encerra compreensão e ternura), do que se estivermos sob a influência de emoções negativas. Nas palavras do Dalai Lama:

Quando a força motivadora de nossas ações é sadia, nossos atos tendem automaticamente a contribuir para o bem-estar dos outros.”[2]

Assim, poderíamos dizer que o grande desafio está no estado de motivação que nos envolve. Procurar percebê-lo, avaliá-lo em tudo o que estivermos fazendo, cultivá-lo, pois que para querer progredir é preciso estar feliz.  Ou não? Vejamos bem, que não dissemos ser feliz. Mas simplesmente estar feliz, isto é, dispor de um estado de mente e coração sadios. Vejamos, então, para finalizarmos com uma proposta, o que diz a questão 922 de O Livro dos Espíritos (grifos nossos):

922. A felicidade terrestre é relativa à posição de cada um. O que basta para a

felicidade de um, constitui a desgraça de outro. Haverá, contudo, alguma soma de

felicidade comum a todos os homens?

“Com relação à vida material, é a posse do necessário. Com relação à vida moral, a consciência tranqüila e a fé no futuro.”

Mas, então, leitor amigo, há muitas questões a serem respondidas. Como propiciar a alguém uma consciência tranquila? Como dar fé acerca do futuro? Por que isso é tratado como felicidade pelos Espíritos? Tente o leitor responder a essas questões. Pense nos filhos, pais, amigos, etc. No próximo mês estaremos abordando tais reflexões. Mas antes, um pensamento sutil de Tagore;

“Até onde chegue o pensamento, envio minha mensagem ao mundo, coroada de encorajamento.

Desde os primeiros bocejos matinais do sol, ergo meu espírito que ama, e conduzo o carro das horas, cobrindo as estradas do dia com encantamento e júbilo.

Em cada parada da minha marcha procuro um ser que não sabe amar, e digo:

                -Alegra-te, viandante triste! Ergue-te e louva a vida, homem desalentado!

E vou além... (...)

Trago comigo uma mensagem de amor e, até onde vá meu pensamento, a minha mensagem irá também.” [3]

Vanderlei Luiz Daneluz Miranda
Abril / 2002

 
Bibliografia:
[1] ECO, Humberto, [trad. De Eliana Aguiar] “Cinco ESCRITOS Morais”, Quando o outro entra em cena. 3ª edição. Rio de Janeiro. Record, 1998. [2] LAMA, Dalai. [trad. de Maria Luiza Newlands]. “Uma ética para o novo milênio”. Cap. 2 – Sem mágica, sem mistério. 5ª edição. Rio de Janeiro. Sextante, 2000. [3] FRANCO, Divaldo P. [pelo espírito R. Tagore] “Filigranas de Luz”, Cap. 34. 3ª edição. Salvador. LEAL, 1986.
 
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