A mensagem é de um Espírito Protetor, que demonstra que a caridade não consiste em apenas ajudar necessitados de coisas materiais.

Se assim fosse, muitos dos filhos de Deus estariam excluídos da sublime ação, que é ser caridoso, o que os dificultaria de desenvolver o amor ao próximo, em determinadas existências.

Há muitas maneiras de se fazer caridade: em pensamentos, em palavras e em ações.

Em pensamentos, através de orações a Deus, a Jesus, aos Espíritos Protetores, aos Santos de sua devoção, em favor dos que sofrem no plano material ou no plano espiritual, enviando a eles as melhores vibrações de simpatia e de solidariedade fraternal, abraçando-os, mesmo à distância, com os braços espirituais...

Em palavras, com conselhos e esclarecimentos sinceros, vindos da razão e do coração, que evidenciem a vontade de vê-los mais confiantes em Deus, em si mesmo e nos homens.

Aos sofredores descrentes e desesperados, falar de Deus, das suas leis que o espiritismo torna tão claras, inteligíveis, possibilitando entender a vida, os homens e suas dificuldades.

Aos anciãos desiludidos e desesperançados, falar do amor e da justiça divina, que é igual para todos, da vida que continua além da morte do corpo, vibrante e bela; que o Espírito não envelhece nunca, podendo, pois, sempre se manter aberto à vida e às suas dádivas, suas oportunidades de aprendizados novos e reforço dos anteriores.

Às crianças, já viciadas pelas más companhias, falar que existe um Pai que tudo vê tudo percebe, que se preocupa com elas e com toda a humanidade, não se cansando de repetir essas palavras.

Em ações, sabendo que o exemplo é sempre o melhor professor e a melhor caridade, porque demonstra aos demais que os ensinos de Jesus são possíveis de serem vivenciados na Terra, por pessoas imperfeitas, mas que se esforçam por agir segundo eles.

Os atos caridosos dão origem a amigos para a eternidade, demonstrando a quem os recebe e a quem deles participa que a bondade e a caridade não são qualificações impossíveis para os homens. Um bom exemplo demonstra essa possibilidade, na prática.

Deus criou os espíritos simples e ignorantes, deu-lhes o livre-arbítrio para que tivessem a liberdade de escolha, deu-lhes a perfectibilidade, que lhes torna possível aperfeiçoar-se sempre, deu-lhes “uma sentinela vigilante, que se chama consciência”, que sabe dar bons conselhos a quem busca ouvi-la.

Muitas vezes ela se entorpece pelo orgulho, pelo egoísmo, calando-se, mas desperta, imediatamente, quando a vontade de melhoria retorna.

Segundo o dicionário Caldas Aulete, consciência é “o sentimento do que em nós se passa; o testemunho ou julgamento secreto da alma, que aprova ações boas ou rejeita as más”.

Consciência é, pois, algo que existe em nós, que nos leva a nos reconhecer, a perceber com clareza, o que somos , como sentimos, pensamos, agimos e reagimos, em nosso viver cotidiano, alertando-nos sempre quanto às nossas escolhas e opções.

Quando Allan Kardec perguntou aos Espíritos: “onde está escrita a Lei de Deus?”, eles não responderam: “Na Bíblia” e sim: “Na consciência”(1).

Assim, dentro de nós mesmos, se nossa intenção é agir segundo as leis de Deus, trazidas por Jesus e esclarecidas pelo espiritismo, nossa consciência nos orientará no exercício da caridade, que nos levará à prática plena do “Amai-vos uns aos outros.”

 1 – Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, pergunta 621.