Desenvolveremos em bloco as questões seguintes até a sessenta e sete a (67 a).

Para tornar mais clara a teoria estudada, podemos citar como exemplo o hidrocarboneto em sua fórmula básica H12O6C6 = matéria orgânica. O subconjunto H12O6C5 não é mais o hidrocarboneto e sim uma matéria não viva.

Qual a diferença?

             

Somente 1C - Carbono, que se novamente associado torna-se ao mesmo tempo “causa e efeito” da matéria orgânica. O mesmo aconteceria se entre as duas fórmulas tivéssemos apenas 1O – que seria causa e efeito da animalização da matéria.

             

Esse raciocínio é coerente com a Doutrina Espírita e com a Ciência.

             

Sob eles, o Princípio Vital não é um elemento químico em si, mas a lei ou a fórmula que propicia a vida na matéria, por força da lei de atração. É o conjunto de elementos combinados que vai dar origem à vida orgânica, a qual se sustentaria com absorção e assimilação do elemento necessário à manutenção do equilíbrio metabólico.

             

Se, por exemplo, o homem deixar de absorver oxigênio, sua falta causará desequilíbrio em todas as fórmulas de proteínas de sustentação da vida orgânica. Dessa maneira o oxigênio seria um elemento vital, não por si mesmo, mas por causa de sua combinação com os outros elementos dentro do conjunto orgânico.

            

O mesmo raciocínio em relação a qualquer outro elemento químico: carbono, hidrogênio, etc., que participe do conjunto vital.

             

Os termos Princípio Vital e Fluido Vital são expressões utilizadas frequentemente no meio espírita como sinônimos por causa da relação de ‘causa e efeito’ existente entre ambas, entretanto existe diferença conceptual entre ambas.

             

Princípio Vital é a lei causal de atração e determina a animalização da matéria. Ao mesmo tempo é o elemento material que possibilita essa animalização.

             

Fluido Vital é a ‘matéria’ que animaliza a matéria por força da aplicação da lei e passa a ser consequência dessa animalização quando é designada pelos nomes de ectoplasma, força ou energia vital, etc.

            

As diferenças entre um e outro conceito são claras neste cap. IV em estudo se compararmos os itens 62 e 64a, com os demais itens do capítulo que falam do fluido, principalmente os itens 65 a 70 com os comentários de Allan Kardec.

No livro “Emmanuel” cap. XXIV, o Espírito Emmanuel escreve: “(...) De todas as funções gerais que caracterizam os seres viventes, somente os fenômenos de nutrição podem ser estudados pela perquirição científica e, mesmo assim, imperfeitamente. Além das operações comuns que se efetuam automaticamente, há uma força inerente aos corpos organizados, que mantém coesas as personalidades celulares, sustentando-se dentro de particularidades de cada órgão, presidindo os fenômenos partenogenéticos de sua evolução, substituindo através da segmentação, quantas delas se consomem nas secreções glandulares, no trabalho mantenedor da atividade orgânica. Essa força é o que denominais princípio vital, essência fundamental que regula a existência das células vivas.”

             

O objetivo de trabalharmos essa conceptual diferença entre Princípio Vital e Fluido Vital deve-se ao fato de abrir espaço para uma análise mais profunda de ambas, estreitando as relações entre os ensinamentos doutrinários e científicos.

             

Conclui-se com a resposta 63: “A vida é um efeito produzido pela ação de um agente sobre a matéria. Esse agente, sem a matéria, não é vida, da mesma forma que a matéria não pode viver sem ele. É ele que dá vida a todos os seres, que o absorvem e assimilam”.

             

O questionamento que passamos para o próximo estudo – o de outubro – é assaz envolvente:

             — O Princípio Vital formaria um terceiro elemento constitutivo do Universo?

Para aprofundamento ao estudo encontraremos bibliografia em “A Gênese” – cap. X e XI: “Deus na natureza” – Camille Flammarion II; “Revista Espírita” ano 1866 pag. 67-71 a 77; 1861 – pag. 45 e 1868 pag. 166 – 1859 pag. 80; “Evolução em Dois Mundos” cap 1; “Mecanismos da Mediunidade” cap III, ambos de André Luiz e “O Livro dos Médiuns” itens 75-77 e 98.

  Leda Marques Bighetti