54 - Se a espécie humana não procede de um só tronco, não devem os homens deixar de considerar-se irmãos?

             

- Todos os homens são irmãos em Deus porque são animados pelo espírito e tendem para o mesmo alvo. 

             

Quereis sempre tomar as palavras ao pé da letra.

             

As diferenças, a diversidade das raças, pelo estudado até aqui, demonstram que não representam elas espécies distintas, mas uma mesma família.

             

Criados por Deus à sua imagem de potencialidade espiritual, simples e ignorantes, mas perfectíveis e destinados todos ao mesmo fim, sob essa paternidade divina são todos irmãos, situados no momento, nesta ou naquela raça, vivendo sob este ou aquele aspecto ou contingencia, com necessidade pessoal daquele Espírito, visando aquisição de aprendizados, a serem transformados em vivência renovada e libertadora.

             

Esse entender leva à confraternização, vendo em todos os povos, raças e pessoas, Espíritos com dificuldades para recompor, vencer, mas irmãos, filhos de um mesmo Pai que a tudo provê como meios, para que, em dinamizando o germem divino, através do empenho e trabalho pessoal, cada um se liberte de si mesmo, de seus “pecados originais”, configurando assim a individualidade.

             

Desse modo, os homens atuais não formam uma criação nova, mas são aqueles mesmos espíritos de outrora, e que, através de novos corpos, buscam aperfeiçoar-se.

             

A raça humana atual, no tempo dos tempos, será substituída por Espíritos mais aperfeiçoados, porém, descendentes da raça atual, como a civilização de hoje, descende dos brutos e selvagens dos tempos primitivos.

             

A Doutrina Espírita, com o princípio da reencarnação, de forma objetiva demonstra que os Espíritos criados simples, significando ausência de tendências para o bem e o mal, e, ignorantes, isto é, desconhecedores das coisas e das leis naturais, demonstram que para atingir seu objetivo de criação – a perfeição passarão por incontáveis encarnações tanto na Terra, como em outros planetas.

             

Nesta jornada evolutiva viverão em nações, raças e corpos diferentes e segundo a necessidade de aprendizado e domínio pessoal, pode encarnar branco ou amarelo em uma, negro ou vermelho em outra, sem que o fato em si tenha outra significação, a não ser oferecer elementos de construção ao edifício espiritual em construção.

             

O Espírito Militão Pacheco, em mensagem ditada através da mediunidade de Francisco Cândido Xavier afirma:

            

 “(...) tua pele em diferentes cores, já foi beijada pelo sol de todas as latitudes. Tuas irradiações, através das roupas que te serviram, já marcaram todos os salões da aristocracia e todos os círculos do plano terrestre”.

Conclui-se, portanto, não haver lugar para a discriminação e preconceito racial uma vez que não é a cor que influencia o estado moral do homem.

             

Superioridade ou inferioridade está no Espírito, não lhe valendo sua condição racial ou sua qualificação social, mas a estrutura, a condição moral.

             

“(...) A alma é de natureza luminosa e divina”. ¹

Terá a forma de exteriorizar-se limitada ou abrangente, condicionada não à raça, mas pela evolução moral harmoniosa ou inferior.

– Edgard Armond - A voz do Antigo Egito

 – Waldomiro F. Lorenz - Arquivos Psíquicos do Egito 

– Hermínio C. de Miranda - Anuário Espírita – 2000 - Revista Informação – comunicação – 1ª e 2ª parte