39 – Podemos conhecer o modo de formação dos mundos?

- Tudo o que se pode dizer, e que podeis compreender, é que os mundo se formam pela condensação da matéria espalhada no espaço.

Prosseguindo os raciocínios contidos nas respostas anteriores, é necessário tornar-se patente que o fluido cósmico universal, a matéria cósmica primitiva, continha os elementos materiais, fluídicos e vitais de todos os universos que se compõem diante da eternidade. Podemos classificá-la como “eterna geratriz”, uma vez que incessantemente dá luz a novas criações.

Esse fluido cósmico, mais ou menos rarefeito, se difunde no espaço interplanetário, enche os mundos nas regiões imensas, ricas de estrelas. Pode apresentar-se mais ou menos condensado no qual o céu ainda não brilha, modificado ainda por diversas combinações de acordo com a extensão e a localização. Tudo isso, é ação dessa substância primitiva nas quais residem as forças universais.

Digamos que num ponto do Universo a matéria cósmica se condensou sob forma de intensa nebulosa. O movimento circular produzido pela gravitação rigorosamente igual em todas as zonas moleculares com direção ao centro, logo modificou a esfera primitiva em forma lenticular.

Em conseqüência desse movimento, novas forças surgiram na rotação constituindo-se como forças inversas - * centrípeta e centrífuga – À medida que a nebulosa se condensa, o movimento é acelerado; seu raio aumenta e à medida que se aproxima da forma lenticular, a força centrípeta predomina sobre a atração central, que por sua ação destaca o circulo equatorial da nebulosa. Disso resulta a formação de uma nova massa,

* centrípeta – que se dirige para o centro; que procura aproximar-se do centro.

* centrífuga - que se afasta ou procura afastar-se do centro

isolada da primeira, mas, submetida ao seu império. Continua seu movimento de rotação em torno do próprio centro e inicia o de translação em torno do astro solar.

A nebulosa geratriz condensou-se. Retomou a forma esférica, porém, com o imenso calor desenvolvido por seus diversos movimentos, só com extrema lentidão se atenuará o fenômeno acima descrito, se reproduzindo muitas vezes e durante longo período, até que a nebulosa tenha se tornado bastante densa, bastante sólida a ponto de oferecer resistência eficaz às modificações que seu movimento de rotação lhe imprime.

A nebulosa geratriz terá dado, assim, nascimento a centenas de mundos destacados do seu foco central. Cada um estará revestido das forças naturais que presidem a criação de universos, gerando sucessivamente novos globos que lhe gravitarão em torno. Cada um deles será um sol, centro de um turbilhão de planetas sucessivamente destacados do seu equador.

São, portanto, os planetas, formação de massa de matéria condensada, porém ainda não solidificada, destacadas da massa central pela força centrífuga e que tomam, em virtude, das leis do movimento a forma esferoidal mais ou menos elíptica, conforme o grau de fluidez que conservar. 

Um desse planetas será a Terra que antes desse resfriamento, antes de revestir-se da crosta sólida, dá nascimento à Lua, pelo mesmo processo de formação astral.

(continua no próximo mês ainda q.39)

Kardec, Allan – Revista Espírita 1862 pág. 243 a 246 1863 – pág. 354 e 355 1867 – pág. 65 a 72 

Andréa, Jorge – Impulsos Criativos da Evolução – cap. I