230-O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - ALLAN KARDEC

CAPÍTULO XXVIII:  COLETÂNEA  DE  PRECES  ESPÍRITAS

ITENS 4 A 7:  REUNIÕES ESPÍRITAS

“Porque onde se acham dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu, no meio deles. (Mateus, XVIII: 20)

Jesus enaltece, nessa frase, toda reunião de pessoas, independentemente da quantidade de pessoas, realizada em seu nome, seja com o objetivo de refletir sobre seus ensinos, compreendê-los, na medida da capacidade espiritual de cada um, seja no esforço de querer desenvolvê-los no seu íntimo, a fim de expressá-los nos seus sentimentos, pensamentos, atitudes e ações, seja para estabelecer, executar,  e  avaliar planos de atividades úteis, de instruções, de benefícios a encarnados ou desencarnados...

Pode ser uma conversa a dois, interessados em refletir sobre alguma lição, do seu Evangelho, transportando-a para os dias de hoje, relacionada com um problema familiar, ou social ou uma reunião, com muitas pessoas, para orar e ouvir alguém falar sobre os valores espirituais por ele trazidos. Pode ser qualquer reunião onde a tônica é o bem.

Jesus irradia suas vibrações amorosas e sábias sobre todos os humanos, encarnados e desencarnados, mas só podem receber ou sentir suas bênçãos, os que se abrem para Ele, os que oferecem condições para recebê-las.

Assim, não basta a reunião material de pessoas, não basta citar muitas vezes o nome de Jesus, imprescindível a presença espiritual dos seus membros, ou seja, sentimentos e pensamentos ligados ao Mestre Jesus e aos objetivos da reunião.

Em qualquer momento de elevação espiritual, quando o ser se esquece de si mesmo, do lugar em que se encontra, dos seus problemas e dificuldades, sentindo elevar-se, em pensamentos, para o mais Alto, Jesus se faz presente, ele ou os Espíritos que o representam, que trabalham na sua seara.

O Espiritismo, estudando e comprovando a existência do perispírito, explica como os Espíritos podem se manifestar na Terra, através de médiuns, até mostrando-se com a aparência que tinha quando estava encarnado na Terra.

Os Espíritos puros têm a faculdade da ubiquidade, podendo manifestar-se em vários lugares ao mesmo tempo, através da “emissão de um raio de seu pensamento”.

Jesus ressaltou nessa frase, o valor da homogeneidade de propósitos e de métodos entre as pessoas que participam de uma reunião em seu nome, a fim de que ela receba o amparo dos Espíritos Maiores, beneficiando a todos, encarnados e desencarnados, e atingindo os objetivos propostos.

Essa homogeneidade só é conseguida quando todos os participantes estão unidos pelo sentimento da fraternidade, convivendo no respeito às diferenças individuais, todos voltados às finalidades da reunião.

Todas as reuniões espíritas são iniciadas com uma prece a Deus e/ou a Jesus, pedindo a proteção dos Amigos espirituais, a fim de que elas sejam realmente úteis a todos, e que as imperfeições individuais não impeçam os benefícios delas.

Para isso, todos devem estar imbuídos da vontade de oferecer o melhor de si, em favor das atividades programadas, porque assim, os sentimentos da fraternidade, da compreensão, vão se desenvolvendo nas suas mentes e nos seus corações, a reunião cresce, como um ser coletivo, que é, atraindo Espíritos bons, sempre prontos a ajudar onde existe a boa vontade de aprender e vivenciar, mesmo que essa atitude ainda não tenha se tornado um hábito cotidiano.

Onde existe desarmonia de sentimentos e de pensamentos, as reuniões não podem dar bons resultados, afastando os Espíritos bons e atraindo os que gostam de perturbar e dificultar a ação do bem.

Assim, percebemos que, em qualquer reunião, não importando o número de pessoas, nem as palavras proferidas, nem cantos, nem gestos exteriores, o que  atrai as bênçãos de Jesus e a presença de bons Espíritos são a comunhão dos bons sentimentos, que levam a bons pensamentos, todos unidos e fraternos, imbuídos da vontade de oferecer, cada um, o melhor para todos.

Por isso, em reuniões, em seu nome, com poucos ou muitos membros, só receberão as suas vibrações os que estiverem sintonizados com ele.

Então, essas pessoas podem sentir as vibrações espirituais, sentindo-se amadas e fortalecidas para a continuidade do seu viver em um mundo de expiações e de provas.

Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns, no capítulo XXIX, questões 324 a 333, onde se pode esmiuçar mais o assunto, escreve que “Uma reunião é um ser coletivo, cujas qualidades e propriedades são o resultado das de seus membros, e formam como um feixe.  Ora, este feixe tanto mais força terá, quanto mais homogêneo for.”, todos com os mesmos propósitos, os mesmos sentimentos e pensamentos.

“Assim deve ser o caráter das reuniões espíritas sérias, em que sinceramente se deseja o concurso dos bons Espíritos”.

Ele dá um exemplo de uma prece para o começo de uma reunião mediúnica  e outra para o final, em que se destacam, nas ideias exprimidas pelas frases, os sentimentos da humildade, do reconhecimento das imperfeições humanas, da confiança no amor e sabedoria do Pai, da fraternidade em relação aos Espíritos perturbadores que possa estar presentes, como exemplos de preces, não para serem decoradas, apenas como modelos.

Leda de Almeida Rezende Ebner – Julho/2020

O CENTRO ESPÍRITA BATUIRA esclarece que permanece divulgando os estudos elaborados pela Sra Leda de Almeida Rezende Ebner, após o seu desencarne, com a devida AUTORIZAÇÃO da família e por ter recebido a DOAÇÃO DE DIREITOS AUTORAIS, conforme registros em livros de Atas das reuniões de diretoria deste Centro.