185 - O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - ALLAN KARDEC

CAPÍTULO XX: TRABALHADORES DA ÚLTIMA HORA - ITEM 4 –

MISSÃO DOS ESPÍRITAS

O autor, Erasto, foi discípulo de São Paulo, o apóstolo que iniciou a divulgação dos ensinos de Jesus a outros povos, sendo por isso chamado o “apóstolo do gentios”. Acompanhou-o em sua viagem a Éfeso. É citado em Atos dos Apóstolos, 19:22 : “E, enviando a Macedônia, dois daqueles que o serviam, Timóteo e Erasto, ficou ele por algum tempo na Ásia.”  “Saúda-vos Gaio, meu hospedeiro, e de toda a igreja. Saúda-vos Erasto, procurador da cidade, e também o irmão Quarto.” (Romanos, 16:23); “Erasto ficou em Corinto, e deixei Trofimo doente em Mileto.” (II Timóteo, 4:20)

Allan Kardec cita as comunicações desse Espírito, Erasto, discípulo de Paulo, em O Livro dos Médiuns, no item 98, no capítulo 98.

É dele a famosa frase entre os espíritas: “Mais vale rejeitar dez verdades do que admitir uma única mentira, uma única teoria falsa”, na mensagem do capítulo XX, item 230 do último livro citado.

Neste texto, ele conclama os espíritas, numa linguagem do Velho Testamento, a cumprirem a sua tarefa na Terra, advinda da responsabilidade que os conhecimentos do Espiritismo lhes dão.

Nessa conclamação, ele vai citando as qualificações que o verdadeiro espírita deve empenhar-se em conquistar, para poder vivenciar essa responsabilidade.

Deve o espírita sempre que houver a oportunidade, divulgar a lei da reencarnação, e a lei da evolução dos Espíritos, que se faz conforme o bom ou mau desempenho de suas tarefas, e o modo como suportam as provas, as dificuldades, os sofrimentos.

Para assim fazer, deve o espírita ter fé na justiça de Deus, que dá a cada um dos seus filhos, segundo as suas obras. “Ah! Bendizei o Senhor, vós que tendes fé na Sua soberana justiça ...”.

“O’ verdadeiros adeptos do Espiritismo, vós sois os eleitos de Deus! ” Essa frase precisa ser entendida com muito cuidado. O espiritismo ensina que Deus não privilegia ninguém, não faz distinção entre seus filhos. Em consequência, não eleva uns em detrimento de outros.

Eleitos de Deus são todos que, tendo compreendido, mais ou menos, as leis divinas, aceitam a responsabilidade de viver de acordo com elas no dia-a-dia, trabalhando na sua divulgação aos outros.

Enquanto se comprazem no mal, os homens continuam sendo filhos de Deus, que lhes envia sempre auxílios espirituais, chamamentos divinos ao bem, até que, cansados de sofrerem as consequências dos seus desatinos, arrependem-se e se dispõem à regeneração.

Deve, pois, o espírita entender a expressão “eleitos de Deus”, na aceitação das leis divinas que o espiritismo tão bem esclarece, mas, considerando que somente a aceitação não salva ninguém; o Espírito se eleva quando usa seus conhecimentos, evangelicamente, ou seja, quando se esforça por viver os ensinos de Jesus, que é trabalho de cada um.

Quando se divulga os princípios da doutrina espírita, está-se oferecendo recursos, instrumentos para um melhor entendimento das lições do Mestre Jesus. Distribuem-se as sementes que, para germinar, precisam do trabalho interno dos que as aceitam.

Conclama os espíritas a trabalharem na divulgação do espiritismo, sacrificando seus hábitos, seus trabalhos, suas futilidades, mesmo se não forem ouvidos.

“Sim, vós todos, homens de boa fé, que tendes consciência de vossa inferioridade...”

O verdadeiro espírita não pode considerar-se superior a ninguém, visto que sabe ser um Espírito, ainda muito inferior, tanto que faz parte de uma humanidade sujeita a provas e expiações, pelos muitos erros já praticados.

Todavia, sabe, também, que é e continua sendo um filho querido de Deus, a caminho da perfeição e da felicidade, tanto quanto os demais; por isso combate em si o orgulho e o egoísmo, tentando desenvolver o amor que existe em sua essência, e que o elevará a planos mais altos.

Na tarefa de divulgar a doutrina através da palavra, das ações pessoais e das atividades das casas espíritas, necessário que cada um busque fazer o melhor sem preocupar-se com as ações dos outros, porque quando se está preocupado em fazer o melhor, o mal não encontra porta de entrada.

Quando ele diz que os “... incrédulos se desvanecerão diante de ti”, devemos entender, diante do espiritismo, porque eles, os incrédulos, se curvarão diante das verdades espíritas, que o espírita prega e dá o exemplo.

“A fé é a virtude que transporta montanhas, disse Jesus. Mas, ainda mais pesadas que as maiores montanhas, são as jazidas da impureza e de todos os vícios no coração humano. Parti, pois, cheios de coragem, para remover essas montanhas de iniquidades, que as gerações futuras não devem conhecer, senão como pertencentes à idade das lendas, da mesma maneira como só, imperfeitamente, conheceis os períodos anteriores à civilização pagã.”

Escreve Erasto sobre o futuro da Terra e de sua humanidade, quando ela passar à categoria de mundo regenerado e da missão do espiritismo, através dos espíritas, na melhoria dessa humanidade.

“Ide e agradecei a Deus a gloriosa tarefa que vos concedeu. Mas, cuidado, que entre os chamados para o espiritismo, muitos se desviaram da senda! Atentai, pois, no vosso caminho, e buscai a verdade.”

E à pergunta, como então, reconhecer os espíritas que perseveram no bom caminho, responde, que esses são reconhecidos “pelo seu ensino e pela prática dos verdadeiros princípios da caridade; pela consolação que distribuem aos aflitos; pelo amor que dedicam ao próximo; pela sua abnegação e seu altruísmo”, ou seja, pela vivência evangélica, e não pelo conhecimento e aceitação dos princípios do espiritismo.

Os bons espíritas são e serão reconhecidos pela vitória dos seus princípios, no seu sentir, pensar e agir,  e os que a seguem são os escolhidos, porque Deus quer que a Sua lei triunfe e ampara o esforço de todos os que a exemplificam e a divulgam.

“Os que, porém, falseiam o espírito dessa lei, para satisfazerem sua vaidade e sua ambição, esses serão destruídos.”

A palavra ‘destruídos’ deve ser entendida como vencidos na destruição dos seus objetivos vaidosos e ambiciosos. Sofrerão com os efeitos das suas ações, das perturbações, dos sofrimentos, dos prejuízos materiais e morais, causados, durante muito tempo, através de várias encarnações, até que, arrependidos, se redimam de todo o mal que causaram.

                                                         Leda de Almeida Rezende Ebner – Outubro/2016

O CENTRO ESPÍRITA BATUIRA esclarece que permanece divulgando os estudos elaborados pela Sra Leda de Almeida Rezende Ebner após o seu desencarne, com a devida AUTORIZAÇÃO da família e por ter recebido a DOAÇÃO DE DIREITOS AUTORAIS, conforme registros em livros de Atas das reuniões de diretoria deste Centro.