171 – O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – ALLAN KARDEC

CAPÍTULO XVIII: MUITOS SÃO CHAMADOS E POUCOS OS ESCOLHIDOS

ITENS 7, 8 E 9 - OS QUE DIZEM :  SENHOR,  SENHOR!

“Todo aquele, pois, que ouve minhas palavras, e as observa, será comparado ao homem sábio, que edificou a sua casa sobre a rocha. E veio a chuva, e transbordaram os rios, e assopraram os ventos, e combateram aquela casa, e ela não caiu, porque estava fundada sobre a rocha.

E todo o que ouve estas minhas palavras, e não as observa, será comparado ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. E veio a chuva, e transbordaram os rios, e assopraram os ventos, e combateram aquela casa, e ela caiu, e foi grande a sua ruína.” (Mateus, VII: 24 A 27 ), e semelhante em Lucas, VI: 46 a 49 )

“Aquele, pois, que quebrar um desses mínimos mandamentos, e que assim ensinar aos homens, será chamado muito pequeno no Reino dos Céus; mas, o que os guardar, e ensinar a guardá-los, será reputado grande no Reino dos Céus.” ( Mateus, V: 19 )

Nesta comparação de Jesus sobre quem aceita seus ensinos, e se esforça por vivenciá-los no seu viver cotidiano, ao homem prudente, que ergueu a sua casa sobre a rocha, exalta ele a necessidade do conhecimento, que leva à prudência, ao bom senso e a realizar tudo com segurança e proveito.

Aquele que ouve os ensinos de Jesus, e os aceita por hábito, confiando na sua autoridade, ou na de quem os transmite, pode não desenvolver uma fé firme como a casa construída na rocha, e às menores dificuldades da vida, se desequilibram, impedindo um enfrentamento seguro e a confiança em Deus e em suas leis. Deixam-se abater no desânimo, considerando-se vítimas de um destino cruel: “Por que eu?”

Aquele, ao contrário, que busca no estudo, o desenvolvimento de raciocínios que o levam a buscar as causas e as finalidades de tudo o que acontece, adquire uma fé sólida, que tempestade nenhuma, física ou moral, pode destruir.

 Esse vê nas dificuldades, obstáculos a serem enfrentados com conhecimento e fé, o primeiro obtido pelo estudo e reflexões durante a vida e o segundo como resultado desse conhecimento, na compreensão dos fatos e na aceitação de sua possibilidade de vencê-los.

Os ensinos de Jesus continuam, há mais de dois mil anos, desafiando os homens para seu entendimento, demonstrando ser possível suas aplicações hoje, com mais facilidades, pelo maior desenvolvimento intelectual e tecnológico, que tornam o mundo todo cada vez mais interdependente uns dos outros, indivíduos e nações, porque se constituem  no único caminho para tornar essa humanidade mais fraterna, mais solidária, mais justa, para todos.

Com mais clareza hoje do que ontem, percebe-se que não se pode mais se enganar a si e aos outros, com atitudes aparentes de sabedoria e bondade. Não basta dizer: Senhor, Senhor! Necessário transformar-se, interiormente, para poder irradiar, em qualquer lugar, em qualquer situação, com quaisquer pessoas, a fé nos ensinos de Jesus, não importando os rótulos acadêmicos, sociais e religiosos.

As palavras de Jesus continuam a ressoar porque são “a salvaguarda da vida celeste, mas também o penhor da paz, da tranquilidade e da estabilidade do homem entre as coisas terrenas. Eis porque todas as instituições humanas, políticas, sociais e religiosas, que se apoiarem nas suas palavras, serão estáveis como a casa construída sobre a pedra.”

Por isso, Jesus disse que, nos planos mais altos da espiritualidade, somente o que viver seus ensinos e ensinar outros a vivê-los, será considerado grande.

Ele trouxe a verdade e esta jamais será alterada. Ampliada no seu entendimento, sim, mas modificada, não. “Os homens as conservarão, porque nelas encontrarão a sua felicidade.”

                                                        Leda de Almeida Rezende Ebner – Agosto/2015