153– O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – ALLAN KARDEC

        

             O autor, M., Espírito Protetor, também afirma que os bens da Terra pertencem a Deus, dispensando-os aos homens segundo a Sua vontade, e permitindo que eles lhe sejam retirados, frustrando quaisquer previsões humanas.

             E isso acontece não só com as fortunas recebidas por herança, como também as conquistadas pelo trabalho, que, por si só, não dão legitimidade à sua posse.

             Pode-se considerar legítima, a que foi adquirida, pelo trabalho, honestamente, sem haver causado nenhum prejuízo a alguém, embora dela também o homem seja apenas seu usufrutuário, uma vez que a deixa, ao desencarnar, tendo-lhe sido permitido conquistá-la, talvez, como recompensa pelos seus esforços, perseverança e coragem, mas, sempre para beneficiar a muitos, disseminando o progresso.

             “Pedir-se á conta de um centavo mal adquirido, em prejuízo de alguém.”

             O autor afirma que nenhum rico, mesmo o que assim se fez através do seu trabalho, tem algum privilégio, alguma vantagem no além- túmulo. As recompensas lhe serão dadas pelo bem que com a riqueza praticou, no uso que dela fez, pelas virtudes que desenvolveu nas experiências vividas, na melhoria interna que conseguiu realizar, enfim, se ao desencarnar, é um ser melhor do que quando reencarnara.

             Esses raciocínios são também admissíveis no uso de todos os talentos que o homem traz, ao renascer, mais os que são desenvolvidos durante sua existência.

             Assim, o mérito dos conhecimentos, das habilidades, das capacidades intelectuais e morais está sempre na razão do que esses talentos produziram de bem, de melhoria em quem os possui e aos que lhe são próximos.

             Sendo a finalidade do viver na Terra, em cada existência, a evolução do Espírito imortal, tudo que ele adquire , desenvolve, faz, tem de torná-lo um pouco melhor do que é. Se isso não acontece, se retarda seu progresso para corrigir as causas que o levaram a um estacionamento provisório, a finalidade da existência não foi ou não está sendo cumprida, embora ele possa aprender com seus erros, continuando seu processo evolutivo, após o desencarne e em outras existências.

Leda de Almeida Rezende Ebner

Fevereiro / 2014