Origem e Natureza dos Espíritos – 76 A 83 - Centro Espírita Batuira

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O Livro dos Espíritos | Livro Segundo: Mundo Espírita ou dos Espíritos | 03/02/2014

ORIGEM E NATUREZA DOS ESPÍRITOS – 76 A 83

Contendo os princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da Humanidade (Segundo o ensinamento dos Espíritos superiores, através de diversos médiuns, recebidos e ordenados por Allan Kardec)

LIVRO SEGUNDO

“MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS”

CAPÍTULO I – DOS ESPÍRITOS

CAP.    -    QUESTÕES DE 76 A 131
      I    -     Origem e Natureza dos Espíritos – 76 A 83
      II    -    Mundo Normal e Primitivo – 84 A 87
     III     -    Forma e Ubiquidade dos Espíritos – 88 A 92ª
     IV    -    Perispírito – 93 A 95
      V    -    Diferentes ordens dos Espíritos – 96 A 99
     VI    -    Escala Espírita – 100 A 113
    VII    -    Progressão dos Espíritos – 114 A 127
   VIII    -    Anjos e Demônios – 128 A 131

I    -    Origem e Natureza dos Espíritos – 76 A 83

             Fechamos o Livro Primeiro de “O Livro dos Espíritos” refletindo sobre “As Causas Primárias” e nelas, temas como “Deus”, “Infinito”, “Espírito e Matéria”, “Diversidade das Raças Humanas”, “Vida e Morte”, alguns, entre vários outros. Destacou-se o Homem inserido nesse contexto, refletindo, buscando respostas a questionamentos que vez por outra cruzavam ou cruzam o campo mental no sentido de querer descobrir-se, entender-se num complexo único no qual ele se destaca como imprescindível, sem o qual nada teria razão de ser.

             O Livro Segundo que estamos iniciando é todo voltado à realidade imortal, uma vez que se intitula “Mundo Espírita ou dos Espíritos” – “Dos Espíritos” – “Origem e Natureza dos Espíritos”.

             Mundo Espírita ou dos Espíritos vai significar o Universo, no nosso caso o Planeta Terra, a Humanidade. Aqui ou em outros mundos, embora possa haver diferenciação molecular dada à especificidade de cada orbe, o “ser” que ali habita, é antes de tudo, um Espírito imortal em determinado estágio evolutivo.

             Dai o subtítulo – “Dos Espíritos”, por ser este preexistente, existente e sobrevivente à matéria, tenha esta a constituição e estrutura que for.

             As reflexões prosseguem no subtítulo sequente: “Origem e Natureza dos Espíritos”.

             Lázaro na “Revista Espírita”- Terceiro Ano/1860, página 264, quando aborda esse tema, toma no “Evangelho de João” o versículo “No princípio era o Verbo e o Verbo estava em Deus” referenciando que no começo estava o princípio e o princípio era Deus, o Criador de todas as coisas e que, ao criar o Homem, dá-lhe livre-arbítrio e o poder de progredir.

             “Deus disse ao mar: Não irás mais longe. Ao contrário disse ao Homem, mostrando-lhe o Universo: Tudo isto é para vós; trabalhai, desenvolvei, descobri os tesouros em germe, semeando, por toda parte – no ar, nas ondas, no seio da terra; trabalhai e amai; não duvideis de vossa origem divina, ela é direta.”

             Continua o texto afirmando não ter havido um primeiro homem, como “pai” do gênero humano “... assim como não houve um sol para iluminar o universo”.

             A raça humana foi espalhada sobre os mundos “... quanto as estrelas nos céus”.

             “Os cataclismos, os dilúvios – pois não houve um único – fizeram desaparecer raças inteiras de homens e animais. São consequências geológicas que ainda vos ameaçam.”

             “Os homens descobrem, mas nada inventam”.

             O texto prossegue lembrando as crenças mitológicas, afirmando-as não como ficções, mas revelações de Espíritos inferiores, secundados pelos sátiros e faunos “... como ainda hoje”.

             Manifestavam-se facilmente aos olhos dos homens, porque o materialismo imperava e a crença no deus único era ausente.

             “O Cristo destruiu o império dos Espíritos inferiores, para estabelecer o do Espírito na Terra. Isto é a verdade, que afirmo em nome de Deus Todo poderoso”.

             Em termos de origem, portanto, evidencia-se que na essência de cada indivíduo há recursos interiores capazes de superar as imperfeições naturais no tempo e no espaço. Para isso são lhes oferecidas oportunidades para exercer o patrimônio da vida, sem interrupções, mas permanentemente, em segmentos reencarnatórios.

             Quanto mais investe em si, através dos processos do raciocínio e da intelecção, vai divisando novas fases evolutivas enriquecendo-se pelas aquisições que os diversos degraus proporcionam.

             No nosso início, vimos João ensinar “... no princípio era o Verbo...”, do homem das cavernas ao do século XXI, origens, caminhos, andanças, distanciamento da origem num trabalho que será sempre individual, com propósitos ajustados, sem privilégios, dentro de uma lei perfeita.

             Esse desvinculamento com as origens configura o processo evolutivo decorrido em etapas arquimilenares a definir cada vez posições melhores, mais ajustadas e harmônicas.

             Léon Denis sintetiza esse caminhar na significativa frase: “A alma dorme na pedra, sonha no vegetal, agita-se no animal e acorda no homem”.

             Essa alma que acordou no homem estará sempre buscando novos horizontes que através das renovações, readequações, se incorporarão como patrimônio através de padrões morais mais e mais significativos, rumo a um superbiótipo do futuro quando então adquirirá, terá qualidades que o capacitará para influenciar novos cenários cósmicos.

Leda Marques Bighetti
Fevereiro / 2014

Bibliografia:

Para aprofundamento, encontraremos bibliografia em “A Gênese” – cap. X e XI: “Deus na natureza” – Camille Flammarion II; “Revista Espírita” ano 1866 pag. 67-71 a 77; 1861 – pag. 45 e 1868 pag. 166 – 1859 pag. 80; “Evolução em Dois Mundos” cap 1; “Mecanismos da Mediunidade” cap III, ambos de André Luiz e “O Livro dos Médiuns” itens 75-77 e 98. Também no livro Educação Mediúnica – Teoria e Prática - vol. 1 - Ribeirão Preto: BELE, 2005 de Leda Marques Bighetti. Para enriquecimento do tema remetemos ainda a: Gabriel Delanne – Evolução Anímica, Herminio C. Miranda – A Memória e o Tempo, além dos citados ou transcritos no texto.

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